NA MARÉ DA RESISTÊNCIA, SAMBAQUI BRILHOU!

Comunidade se reúne para foto coletiva, em frente a entrada do começo da obra de um pretenso hotel, que foi embargada, esta semana, por estar ilegal

Texto Nildão Freire, em seu instagram.
Fotos por Tecendo Redes.

O ato deste sábado, na Praia do Toló, foi um abraço coletivo em forma de canto, dança, cor e coragem. Uma tarde viva, cheia de energia, com a força de uma comunidade que não esquece sua história – e que sabe muito bem resistir com arte e afeto.

Vídeo do ato, fonte instagram de Nildão


A mesa de partilha reuniu sabores, sorrisos e generosidade. As rendeiras marcaram presença com sua delicadeza firme, junto das mulheres do grupo Olaria de pau-de-fita da ABS, que dançaram a ratoeira e transformaram o chão em poesia.


As placas, cartazes e palavras desenhadas na areia diziam tudo: S.O.S. Sambaqui e Praia do Toló! Uma luta viva, antiga e atual. A mesma garra da velha guarda que conquistou a Ponta de Sambaqui como parque público estava ali, pulsando.


Famílias do bairro e apoiadores de outras regiões, como Ivânio, da Praia do Forte, vieram somar.
A alma do bairro cantou com Rey, Nilêra Conceição, Carlinhos Cunha, Laudelino, Elias Andrade (Índio) e tantos outros das nossas tradições. A presença solidária de Claudinha Barbosa e Alison Mota também aqueceu nossos corações.

comunidade atenta as falas
O ato contou com música ao vivo


As mulheres do grupo Leitura de Sambaqui encantaram com suas poesias. Alaíde, com seu canto, iluminou ainda mais a tarde.


Parabéns à Associação do Bairro de Sambaqui (ABS), através de Ricardo, Doris, Ione e diretoria, por aglutinar essa força. E reconhecimento especial aos moradores da Praia do Toló e da Ponta, que iniciaram essa mobilização – e a todos que vieram somar presença e voz.


E que se saiba: a luta só começou.
As irregularidades devem ser revistas. As intervenções ilegais em áreas de preservação precisam ser removidas. A vegetação nativa, recomposta.
É urgente delimitar a área de amortização entre encostas e APP – proteger, recuperar, respeitar.

faixa na frente da entrada da obra ilegal



A comunidade exige transparência total nos licenciamentos. O que será construído, onde, com base em que critérios? Só se aceita o que for legal e claro pra todo mundo.

placa com os responsáveis pela obra



Quando Sambaqui se levanta, é maré cheia. É ancestralidade em movimento.

Foto coletiva ao coro de “não vai ter hotel”


@nildaofreire | 13 abril 2025


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *