
Na última terça-feira (22) houve a audiência de conciliação sobre a construção da Marina na Beira-Mar Norte, na 6ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis.
Nosso ato durante a audiência foi muito importante, reunindo pescadores artesanais, representantes de movimentos socioambientais e mandatos da câmara municipal (PSOL e PT) que marcaram sua posição contrária à construção da Marina.
Após o IBAMA alegar não ser de sua competência realizar o licenciamento ambiental, o MPF aceitou que o IMA dê continuidade e solicitou ao Juiz Marcelo Krás Borges um prazo de 30 dias para analisar o processo – o qual foi concedido.
A isenção do IBAMA do processo de licenciamento ambiental é preocupante, já que os impactos de um empreendimento deste porte são significativos e extrapolam a escala local. Além disto, o prefeito adiantou que pedirá apoio ao governador Jorginho Mello (PL) para acelerar os trâmites junto ao IMA, após semanas antes ter feito lobby com o presidente do TRF4. O que reforça a preocupação com a pressão política para viabilizar o projeto a qualquer custo, sem a devida consideração aos impactos ambientais e à vontade da população.

O Floripa Sustentável, entidade ligada ao Floripa Amanhã e que se coloca como representante da sociedade civil quando na verdade representa apenas os interesses do empresariado e do prefeito Topázio, elogiou o “bom senso” na audiência e foi ecoado por parte da mídia, que noticiou que agora o acordo está mais perto de acontecer.
Bom senso para quem? Como falar de bom senso, quando se trata de uma questão sobre a qual não há consenso algum?
O debate sobre a marina já vem de muito tempo e o povo, repetidas vezes, já deixou clara a sua posição.
Florianópolis precisa de planejamento urbano democrático e saneamento — não de um megaempreendimento elitista imposto à cidade!
Se depender do povo, essa marina não sai!
Seguimos em defesa da saúde ambiental das nossas baías, da pesca e da cultura!
Marina na beira-mar norte, não!