
Publicado originalmente por Míriam Santini de Abreu, jornalista, em seu Instagram: @miriamsantinideabreu
⚠️Caos em Florianópolis e no Litoral Norte de Santa Catarina. As cenas são inacreditáveis. A impotência, total. No Instagram da Prefeitura, a primeira menção às chuvas foi em postagem perto das 16 horas. O prefeito Topázio Neto, perto das 16h45, dá as caras em uma segunda postagem, com tomada em que aparece vestindo colete da Defesa Civil, alertando para a população ficar “calma”, em “locais seguros” e “não se deslocar pela cidade”. Tarde demais. O dia começou sem que a população tivesse sido alertada sobre a intensa precipitação que estava por vir.
Na imprensa, vídeos e mais vídeos colhidos nas redes sociais em todos os bairros da cidade acompanhados de notas curtas. Cliques, likes, compartilhamentos. Mas uma coisa é certa: não haverá sequer uma reportagem sobre as mudanças do Plano Diretor em 2014 e 2023 em prol da especulação imobiliária; a falta de investimento em drenagem; o sucateamento da Floram e do IPUF; o avanço imobiliário sobre as Unidades de Conservação; as debilidades da Defesa Civil; a péssima malha viária da capital. A prioridade, sempre, será blindar o prefeito, o mesmo que culpou o consumo de queijo coalho nas praias como um dos principais responsáveis pelas viroses no verão. A repercussão negativa da fala não intimidou a assessoria de Topázio, que celebrou 5 mil novos seguidores, 43 mil curtidas no Instagram e 72 mil no TikTok.
Diante do caos hoje em Florianópolis, seria o caso de afirmar: agora a terrível realidade cotidiana vai imperar sobre as ilusões vendidas nas redes sociais. Só que não. A reeleição do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, depois da catástrofe que se abateu sobre a capital gaúcha e cidades vizinhas, está aí para mostrar que a desinformação e as mentiras valem mais do que ouro e são negócios dos mais rentáveis para iludir a população.
Logo virão as declarações oficiais culpando a chuva, a maré, a lua cheia. A fúria da natureza. Não haverá jornalista para perguntar sobre a fúria dos e das que, nas reuniões da Prefeitura com a associação empresarial FloripAmanhã e nas sessões da Câmara de Vereadores, vêm sistematicamente calando as vozes críticas para vender a cidade.
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