Se revolta com um plano diretor sem participação popular? veja como pressionar nesta campanha nas redes.
Um Plano Diretor deveria orientar o desenvolvimento e a expansão da cidade, pelo bem coletivo de seus habitantes e o equilíbrio ambiental. Por isso deve ser discutido nos bairros, entre as pessoas que serão afetadas diretamente pelas mudanças.
Se você também se indigna com o atropelo da Prefeitura, que marcou uma única audiência pública de apenas 4h no dia 17 de dezembro para “apresentação” da proposta de alteração para a sociedade, junte-se a nós e veja algumas formas de agir nas redes para pressionar!
1) ✍️ ✍🏿 📝 Assine a petição, exigindo audiências públicas em todos os 13 distritos da capital: https://change.org/planodiretorflorianopolis * No momento desta publicação já são mais de 1.600 assinaturas!
Assine a petição
2) 🙋🏽♂️ 🙋🏽♀️ 🙋♀️ Se inscreva para falar na audiência pelo site do IPUF: http://ipuf.pmf.sc.gov.br/pd2021 E solte o verbo exigindo audiência no seu bairro. Quanto mais gente se inscrever para denunciar, mais evidente fica a fraude que esta audiência representa, pois não será possível dar espaço de fala a todes! Entidades terão maior prioridade para falar, como Associações e Sindicatos. Se for representante, inscreva a sua.
4) Compartilhe esta mensagem ✉️. Vamos discutir a cidade que a gente quer: uma cidade pra quem vive nela! Converse com sua família, amig@s, vizinhança, associação, coletivo. A cidade não pode ser planejada sem nossa participação. Uma cidade boa para moradores é boa para turistas! 🌎 🏖️ 🚲
Divulgue essa mensagem e converse com as pessoas!
Direito não é Favor!!
Nada sobre nós sem nós! Pela participação real do povo no planejamento e gestão da cidade!
Um Plano Diretor feito a toque de caixa em plena pandemia interessa a quem?
Está em curso o processo de revisão do Plano Diretor (PD) de Florianópolis. Entretanto, a forma como este processo está sendo conduzido pela gestão do prefeito Gean Loureiro (DEM) é autoritária, passando por cima da legislação e do direito que qualquer habitante deveria ter de debater sobre os rumos da cidade em que vive.
A revisão do PD deve ser feita de forma que a população possa, efetivamente, participar do processo de discussão, já que o PD deveria orientar o desenvolvimento e a expansão da cidade, visando o bem coletivo de seus habitantes e o equilíbrio ambiental.
Para que ocorra esta participação popular, são necessárias 13 audiências públicas (nos 13 distritos), com a presença de entidades comunitárias (como as associações dos bairros), técnicas (como conselhos profissionais) e representativas de classe (tais como sindicatos de trabalhadores). Para isto, existe uma série de requisitos expressos no Estatuto das Cidades, LEI No 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001, fruto das lutas do Movimento Nacional pela Reforma Urbana, que tomaram corpo nos anos 80, e que estabelece diretrizes nacionais para que cada cidade possa promover a gestão democrática do Plano Diretor, desde a sua elaboração, processos de revisão até a definição dos mecanismos para a tomada de decisões.
Entre os requisitos estão:
* Ampla comunicação pública, em linguagem acessível, através dos meios de comunicação social de massa disponíveis (Art. 4º – I);
* Ciência do cronograma e dos locais das reuniões, da apresentação dos estudos e propostas sobre o plano diretor com antecedência de no mínimo 15 dias (Art. 4º – II);
* Publicação e divulgação dos resultados dos debates e das propostas adotadas nas diversas etapas do processo (Art. 4º – III);
A organização do processo participativo também deverá garantir a diversidade, através da realização dos debates por segmentos sociais, por temas e por divisões territoriais, com alternância dos locais de discussão (Art.5º). E, também, a promoção de ações de sensibilização, mobilização e capacitação voltadas, preferencialmente, para as lideranças comunitárias, movimentos sociais, profissionais especializados, entre outros atores sociais (Art.7º).
Diante de tão belas leis, a Prefeitura deu uma coletiva de imprensa no dia 01 de dezembro para apresentar a minuta do projeto de lei que altera significativamente o PD atual. Também marcou uma única audiência pública de apenas 4h no dia 17 de dezembro para “apresentação” da proposta de alteração para a sociedade, escolhendo o Auditório Antonieta de Barros, na ALESC, que possui capacidade máxima para 480 pessoas (Florianópolis tem em torno de 516.524 habitantes, segundo última estimativa do IBGE).
Esta audiência às vésperas do natal é uma fraude, pois desconsidera totalmente o tempo necessário para um amplo debate na sociedade, já que somente para apresentar a minuta se esgotariam boa parte das 4h reservadas para a audiência. Também priva os moradores de cada bairro a oportunidade de debater com suas organizações locais o que imaginam para o seu território.
Além disso, desconsidera o contexto da pandemia de Covid-19 em que vivemos, com a variante Ômicron preocupando autoridades sanitárias e científicas no mundo todo. Portanto, não é aceitável realizar uma única audiência pública em ambiente fechado, pois ainda é necessário o distanciamento de um metro entre participantes, reduzindo a capacidade do local e privando, dessa forma, a possibilidade de maior participação dos cidadãos.
A Prefeitura também não disponibilizou os documentos técnicos que embasaram as mais de 150 alterações do PD, como também não forneceu um cronograma das discussões temáticas e audiências públicas nos bairros e distritos afetados pelas modificações propostas.
Nos perguntamos quem se beneficia com tamanho atropelo, em um PD que tem inúmeros desafios, como planejar a cidade para as mudanças climáticas que já nos afligem. Em Julho deste ano, lançamos a campanha “SOS Ilha da Magia: Gean, quem vai pagar a conta da destruição ambiental?”, denunciando os inúmeros crimes ambientais que estão sendo cometidos na cidade, com fortunas sendo construídas enquanto a magia da ilha é destruída.
Entendemos que este PD a toque de caixa serve aos interesses locais e até internacionais da especulação imobiliária e de empresas de construção civil, que financiam campanhas eleitorais e não encontram limites para sua expansão. É mais uma etapa deste verdadeiro “leilão”, feito sem transparência e colocando à venda nossa terra, mar, flora, fauna e o direito de viver em uma cidade mais democrática, ambientalmente e economicamente mais justa, transformando a prefeitura num balcão de negócios.
Por esses motivos, o Tecendo Redes se somou a vinte e cinco organizações comunitárias, solicitando ao MPSC que interceda pelo cancelamento desta audiência pública fraudulenta, ilegal e desrespeitosa com o povo. Também convidamos todas as pessoas que tem compromisso com o futuro da nossa cidade para que denunciem este golpe e se organizem junto às suas comunidades para protestar e pressionar os vereadores pelo cancelamento desta audiência e pela realização das audiências públicas em todos distritos, bairros e comunidades!
Participação popular não é assistir passivamente a exposição do que já vem pronto pelos administradores públicos, mas construir coletivamente a cidade que queremos. Nada sobre nós sem nós! Pela participação real do povo no planejamento e gestão da cidade!
Tecendo Redes, Articulação de coletivos socioambientais da grande Florianópolis
O projeto da PMF de melhorias para o Centro Histórico Leste de Florianópolis tem sido motivo de várias manifestações críticas de entidades, instituições e cidadãos, desde março de 2020. O processo é confuso, pouco transparente, tem várias versões e retira grande parte dos paralelepípedos históricos. Por que tanto mistério sobre este projeto?
Nossa defesa dos paralelepípedos:
• o centro histórico de Florianópolis é uma joia rara, onde a cidade foi fundada a partir do século XVII, guarda camadas de história, memória e patrimônio histórico que serão conhecidas pelas futuras gerações;
• o setor leste foi o primeiro eixo de expansão da cidade, com suas ruas estreitas, ambiência histórica autêntica, com museus e circuitos artísticos, comércio, bares e restaurantes, feiras, e que reúne boa parte da economia criativa da cidade e vida cultural;
• as ruas foram pavimentadas com paralelepípedos em granito cortados artesanalmente e assentados pelos calceteiros e estão ali desde 1886. É um material nobre, durável que precisa de manutenção assim como qualquer outro pavimento.
• a área é de interesse cultural (Área de Proteção Cultural – APC), a história contida ali é potencial fonte de negócios para aqueles que trabalham no local, retirar o calçamento irá apagar a história, deixar a área igual as outras tantas da cidade;
• é essencial conhecer o Centro Histórico Leste para amar, assim como nós amamos aquele local;
• as melhorias são possíveis e necessárias com a modernização das infraestruturas, da acessibilidade, mas garantindo as permanências históricas. Temos exemplos pelo mundo, no Brasil, e também do outro lado da Praça XV de Novembro, com a reforma realizada na Praça da Alfândega que solucionou a acessibilidade. Portanto, há soluções mais assertivas, adequadas e inteligentes de acessibilidade em harmonia com os paralelepípedos;
• Reflita: há mais de 20 anos o Centro Histórico Leste não recebe manutenção nem melhorias, há problemas com o lixo, com as calçadas, drenagem, cabos elétricos que prejudicam a paisagem urbana, por exemplo. Retirar os paralelepípedos não é a solução.
Por melhorias urgentes sem a retirada das pedras históricas.
O cartunista Alexandre Beck, que dá vida ao Armandinho, somou-se à luta pela preservação do Centro Histórico de Florianópolis. Fonte: Vereador Afrânio