Relato do ato Tecendo Redes pela preservação da Magia da Ilha

Dia 30 de Julho, em uma sexta-feira ensolarada de inverno, a catedral da cidade de Florianópolis virou palco para uma manifestação de denúncia da destruição ambiental que tem se intensificado no último ano, em uma “cidade à venda” (para quem pode pagar).

Seja a Mudança! Pense globalmente, aja localmente


O ato foi realizado como atividade da Campanha SOS Ilha da Magia: Gean, quem vai pagar a conta da destruição ambiental?, que colocou outdoors na rua, denunciando os crimes ambientais que estão ocorrendo, dado que a política do Prefeito, alinhada à política nacional, tem sido “passar a boiada”, ou melhor, a patrola, do norte ao sul da cidade para beneficiar a especulação imobiliária, o turismo predatório e o crescimento sem limites.


Aos poucos, cada movimento ia trazendo sua pauta, com cartazes, faixas e muita criatividade. O Instituto Socioambiental da Praia do Santinho, por exemplo, fez uma performance com pessoas vestidas de prédios com frases marcantes, tampando o sol de quem passava na rua.

Performance com prédios


Movimento Eu Sou Jacaré Poiô – pela defesa da Lagoa do Jacaré

O Instituto Arayara trouxe faixas, filmou o ato com um drone e fez falas contra o leilão para exploração de petróleo no litoral catarinense, que causará imenso impacto ambiental, econômico e cultural em nosso Estado, caso se concretize.

#SOSLitoralSC Contra Exploração de Petróleo em águas Catarinenses


O Movimento SOS Mata Nativa Córrego Grande também esteve presente com integrantes que ajudaram no registro da manifestação e na distribuição do panfleto criado pelo Tecendo Redes, para as pessoas que circulavam no local. Fizeram falas contra o corte de uma área de 3,76 hectares de Mata Atlântica em estágio avançado de regeneração em área de morro no bairro Córrego Grande, para criação de um loteamento.

Panfleto – frente

Panfleto – verso


O Movimento da Ponta do Coral 100% Pública esteve presente e levou uma faixa. Foi representado por falas a favor da criação do Parque Cultural das 3 Pontas e contrárias a construção da faraônica “Megalo-Marina” que Gean quer construir na Beira-mar norte. Projeto que se concretizado irá causar profundos danos ambientais, prejudicando a vida das comunidades pesqueiras e intensificando o já caótico trânsito de umas das piores mobilidades urbanas do mundo.

Bateria!


A Frente Parlamentar Ambientalista levou uma banquinha, com seus adesivos e outros materiais.

O Movimento dos Atingidos por Barragens e os Filhos da Conceição, que fazem a luta por reparação justa aos atingidos pela barragem da Casan, em 25 de janeiro, e pela recuperação imediata da Lagoa da Conceição, estiveram presentes e ratificaram o apoio ao desenvolvimento e articulação proposta pelo Tecendo Redes.

Fora Governos Ecocidas


O SOS Lagoa do Peri levou, através de falas, a denúncia contra o desmonte das políticas ambientais na cidade e também a necessidade urgente da realização do Plano de Manejo do Monumento Natural Lagoa do Peri.


O Projeto Ecoando Sustentabilidade esteve presente e contribui com fala reforçando a necessidade de mudanças de postura por parte da comunidade e do poder público em relação à necessidade de conservação e de respeito aos limites dos ambientes costeiros de nossa região. Foi reforçado que já vivemos um momento de mudanças climáticas, momento este que já representa grande impacto para os diferentes ecossistemas de nosso litoral. Somado à poluição relacionada à falta de saneamento básico adequado e a ocupação urbana sem um devido planejamento baseado no limite, ou capacidade suporte, destes ecossistemas, estaremos comprometendo a saúde de nossos ambientes naturais e de nossa própria sociedade.

Leilão da Cidade à Venda


O ato se encerrou com um leilão, onde, através de uma encenação, os pedaços da cidade foram vendidos para pessoas da plateia, que assumiam o papel dos “amigos do rei”, grandes empresários com dinheiro para comprar a cidade. Cada pedaço vendido pelos leiloeiros era depositado em um caixão, anunciando os danos causados aos ecossistemas e os prejuízos deixados para a população, tais como as crises no abastecimento de água, os deslizamentos de terra e os prejuízos à pesca e à maricultura. Aos poucos, a morte da magia da ilha ia se desnudando no mapa, mostrando o triste futuro que nos aguarda, caso não exista mobilização para mudar radicalmente os rumos destas políticas urbanas que exploram nossas capacidades naturais para benefícios de poucos e nos deixam com o “bagaço”.

O que restará da Ilha, assim que tudo for vendido?


A atividade foi construída por diversos movimentos que se unem em torno das causas socioambientais e pelo direito à cidade. Essa articulação em rede, chamada “Tecendo Redes”, busca potencializar as ações dos movimentos, ao mesmo tempo em que serve de espaço de encontro para pensar coletivamente outros horizontes possíveis para os territórios, que sejam mais saudáveis socialmente, ambientalmente e economicamente e, que lancem base para uma melhor relação com os demais seres viventes.


Que este ato seja a semente para que mais lutas socioambientais germinem pelo território! Seguiremos tecendo redes, como diz o poema:


“Como rendas de bilro são sonhos,

Tecidos, transformados a cada dia.

Tecidos em fios possíveis, fios de realidade”

Trecho do Poema Rendeira, de Zeni Bannitz

Outdoors da campanha #SOSIlhaDaMagia nas Ruas

Outdoor denunciando os crimes ambientais

Fortunas estão sendo construídas enquanto a magia da ilha está sendo destruída. Este é o trágico e revoltante retrato da Florianópolis atual. Nossas águas poluídas e nossas praias e dunas soterradas por lama e esgoto. Restingas dilaceradas por concreto nas planícies do sul, Mata Atlântica e seus Garapuvus decepados por moto serras para loteamento no Córrego Grande, nossa Lagoa da Conceição ferida de morte pelo esgoto e famílias sendo despejadas no Maciço do Morro da Cruz.

Gean, se a cidade foi colocada à venda para quem só está preocupado com os lucros pessoais e de suas empresas, quem é que vai pagar pela destruição ambiental?

Nós é que não estamos dispostas a pagar esta salgada fatura, cujos juros serão ainda mais pesados para as próximas gerações.

Colocamos nas ruas os outdoors com a campanha #SOSIlhaDaMagia nos seguintes pontos:

  • SC-401, sentido centro, em frente ao centro administrativo
  • Beira Mar Norte, ao lado do terminal integrado sentido centro/norte
  • SC-405, sentido bairro, antes do trevo do Campeche e próximo ao corpo de bombeiros
  • Via Expressa, entrada para a Josué di Bernardi, sentido centro

Participe desta campanha, tire foto em frente aos outdoors e compartilhe nas redes sociais! Denuncie os crimes ambientais com a hashtag #SOSIlhaDaMagia. Vamos pressionar o prefeito, vereadores, judiciário e fortalecer os movimentos que estão nessa luta para não deixar a magia da ilha morrer!

Leia o texto completo da campanha.

Conheça os movimentos que fazem parte desta campanha:

https://abre.ai/sosilhadamagia

Fotos dos outdoors:

Outdoor Campeche
Outdoor SC401
Outdoor via Expressa

Campanha SOS Ilha da Magia: Gean, quem vai pagar a conta da destruição ambiental?

Gean, quem vai pagar a conta da destruição ambiental?

Fortunas estão sendo construídas enquanto a magia da ilha está sendo destruída. Este é o trágico e revoltante retrato da Florianópolis atual. Nossas águas poluídas e nossas praias e dunas soterradas por lama e esgoto. Restingas dilaceradas por concreto nas planícies do sul, Mata Atlântica e seus Garapuvus decepados por moto serras para loteamento no Córrego Grande, nossa Lagoa da Conceição ferida de morte pelo esgoto e famílias sendo despejadas no Maciço do Morro da Cruz.


O fato é que a ilha não aguenta mais negligência, inações, omissões e tanto concreto sobre as suas costas e encostas. Se hoje os habitantes de Florianópolis sofrem com  a estiagem ou com as chuvas volumosas, cada vez mais intensas e frequentes, é por causa desta monocultura do pensamento e sua visão limitada de “progresso” propagandeada e implementada ao longo de tantos anos: toneladas de concreto, “asfaltaço” sem sistemas de drenagem ou qualquer cuidado com bueiros e bocas de lobo, construções em cima de áreas de preservação ambiental e a ausência de sistemas de saneamento básico inteligentes. E este cenário vai piorar. No sul da ilha, as mudanças climáticas já dão sinais de que a cidade está sendo afetada.


Alinhado com a política nacional bolsonarista de desmonte da legislação ambiental, o Prefeito Gean colocou a cidade à venda e está “passando a boiada”, ou, melhor, a patrola. Será que é para pagar dívidas de campanhas e usar como moeda de troca, para se candidatar a Governador e lotear todo o Estado? O fato é que enquanto a terra é comida por retroescavadeiras, engordam os bolsos dos setores da especulação imobiliária, do turismo predatório e da mídia que propagandeia esta visão da cidade como um imenso beach-clube para os ricos.


Gean avança com o projeto da faraônica “Megalo-Marina”, que, se concretizado, terá imenso impacto negativo na questão ambiental, paisagística , cultural, econômica e social da cidade, intensificando o já caótico trânsito de umas das piores mobilidades urbanas do mundo e prejudicando diretamente centenas de famílias que dependem da pesca e da maricultura na Baía Norte. Essa marina com certeza vai elevar o valor dos imóveis justamente na região mais cara da cidade, a Beira Mar. Enquanto os bairros mais empobrecidos continuam a míngua. 


Todos os seres viventes são diretamente atingidos por estas políticas urbanas ecocidas, que destroem plantas, animais, pessoas, rios e lagoas. O maior crime ambiental da nossa história na Lagoa da Conceição, anunciado por técnicos da UFSC e coletivos ambientalistas e responsabilidade da CASAN e da Prefeitura (que contrata as concessionárias), tem muito a dizer sobre isso. Com tantas espécies morrendo sem oxigênio, sendo asfixiadas, em um triste paralelo com o cenário pandêmico em que vivemos, além de todas as dezenas de famílias atingidas, que tiveram suas vidas afetadas e seguem em luta pela reparação integral de seus direitos e pela participação no processo. E, também, o povo que vive nas periferias que, por falta de uma política habitacional, reside precariamente em morros e áreas de risco, com um claro recorte racial, sofrendo com as fortes chuvas, como é o caso de Ana Cristina Martins Lopes e sua filha Letícia Lopes Machado, que perderam suas vidas em um deslizamento de terra no bairro Saco Grande no início deste ano.


Se Gean colocou a cidade à venda aos seus amigos que só estão preocupados com os lucros pessoais e de suas empresas, quem é que vai pagar pela destruição ambiental? Nós é que não estamos dispostas a pagar esta salgada fatura, cujos juros serão ainda mais pesados para as próximas gerações. 


Estamos lutando por transparência, por informações, por participação social nas decisões sobre que cidade queremos.


Não queremos que políticos e endinheirados, seja no âmbito do município, do estado ou do país explorem nossas capacidades naturais e nos deixem com o “bagaço”. Lutamos pelo Direito à Cidade com justiça social e equidade. Consideramos urgente repensarmos de forma coletiva o uso dos territórios e o planejamento de nossas cidades. Precisamos construir modos de viver que sejam mais justos socialmente, ambientalmente e economicamente e que lancem base para uma melhor relação com os demais seres viventes.


Por isto, estamos nos organizando em uma rede de movimentos sociais, ambientalistas, entidades e pessoas indignadas para denunciar todos estes absurdos e barrar estes retrocessos.

A partir do dia 20/07 ocuparemos as ruas e as redes com a campanha “SOS Ilha da Magia”, e no dia 30/07 faremos um ato em frente à Catedral para pressionar o Prefeito

Mosquitinho ( Ou Maruim), chamando para o ato
Outdoor da campanha #SOSIlhaDaMagia
Chamado para o Ato, dia 30/07

Juntes somos mais fortes, por isto contamos com a participação ou engajamento de todes!


Algumas formas de participar desta campanha:

* Denuncie os crimes ambientais na região onde você mora. Nas redes sociais e/ou para os orgãos competentes;
* Utilize a etiqueta (hashtag) #SOSIlhaDaMagia nas publicações nas redes sociais;
* Tire fotos em frente aos outdoors da campanha e compartilhe nas redes sociais com a etiqueta #SOSIlhaDaMagia
* Assine as petições e siga as redes sociais dos movimentos;
* Participe das manifestações e mutirões;
* Participe do ato no dia 30/07. Ponto de encontro 12:30 em frente à catedral;
* Ajude a fazer a informação ambiental circular pelas redes e pelas ruas;
Vamos pressionar o prefeito, vereadores, vereadoras, judiciário  e fortalecer os movimentos que estão nessa luta para não deixar a magia da ilha morrer!

Conheça os movimentos que fazem parte desta campanha:
https://abre.ai/sosilhadamagia