Mutirão Aterro SulReal: Plante o Parque no aterro da Expressa Sul!

Chamado para a atividade do dia 19 pela criação do Parque

Tem sido surreal a vida no planeta, no país, na cidade. Em vários cantos a nossa mãe terra emite sinais de que estamos rumo ao colapso. E a fórmula de sobrevivência baseada na dominação e no lucro acima de tudo é um pé no acelerador, pisado sem reflexão por aqueles que estão no poder. Na era da emergência climática é urgente repensar de forma coletiva a maneira que vivemos.


O Aterro da Expressa Sul tem sido um triste exemplo das mudanças que tem ocorrido na cidade. Que lugar surreal! O que era praia virou aterro, soterrando muita vida e mudando para sempre a relação do lugar com as comunidades do entorno. E tudo pago com dinheiro público!


O aterro é uma Área Verde de Lazer (AVL)! Mas a área de lazer, e o parque propagandeado por vários políticos se mostrou uma promessa vazia, e o verde está prestes a ser eliminado. Essa área abandonada por anos pelos poderes públicos agora está na mira da especulação imobiliária parasita que apenas aparece para lucrar. O Governo Bolsonaro se uniu a Gean para entregar de bandeja os aterros para os grandes capitalistas. Já em março querem leiloar a região para fundos imobiliários, para que depois as construtoras ergam um paredão de prédios. Prédios para quem já tem onde morar, detonando a natureza em uma importante zona ecológica de amortecimento e cobrindo a vista para o mar de quem vive nos bairros adjacentes. Afogando, agora de concreto, até o ar que respiramos. 

Mas todo pesadelo tem seu sonho!  E se a realidade se mostra como um deserto, inventemos nós mesmas o nosso oásis SulReal! Para começar a mudar essa realidade convidamos todo mundo numa força coletiva de esperança, semente, luta e trabalho. Vamos plantar mudas de árvores nativas no Quadrado, uma área de aterro autogerida há 4 anos por diferentes pessoas, que ali tem plantado um lindo pomar e realizado diversas atividades abertas.

Também haverá piquenique, música e roda de conversa, para traçarmos vários planos para poder contra-atacar, e continuar a luta pelo parque público em toda área de aterro.

Quando: Sábado de sol, 19/02/22.

Programação:

  • 8h às 11h: mutirão de plantio
  • 11h às 15h: piquenique, palco aberto e roda de conversa. 

Onde: Quadrado, no Aterro da Via Expressa Sul, do outro lado do Armazém Vieira (lado do mar), Semáforo de acesso à UFSC às margens da ciclovia. Veja o mapa.

Observação: não seja mandrião, participe também do mutirão! Leve suas ferramentas, se tiver.

Lembrando que ainda estamos em pandemia, portanto use máscara e álcool 70!

Há braços e nos vemos lá!

#AterroVivo
Não se aterra o mar para uso particular!

Agradecimentos para Rachel Schein pela edição da vinheta.

AMOCAM se manifesta sobre cessão de uma parte do Campo de Pouso do Campeche para implantação do PACUCA

Publicado originalmente no instagram da AMOCAM.

A notícia de que a Prefeitura Municipal de Florianópolis recebeu a cessão de uma parte do Campo de Pouso do Campeche, nosso bairro, foi recebida com um misto de surpresa, preocupação e alegria.
A surpresa foi porque a Associação de Moradores do Campeche – AMOCAM, uma das grandes defensoras e que luta bravamente pela manutenção deste bem comum para uso público e comunitário há pelo menos 30 anos, nem sequer foi informada pelo ato da cessão entre o Prefeito Gean Loureiro e o superintendente da SPU/SC (Superintendência do Patrimônio da União), Nabih Chraim.

A preocupação vem com o fato de que somente uma parte da área, conhecida como Campo de Pouso, foi destinada a um futuro projeto da Prefeitura, ao contrário da fala do prefeito Gean Loureiro. Não é segredo para quem participou das discussões, dos enfrentamentos e negociações com a União e a Base Aérea, de que a área pretendida para a implantação do Parque Cultural do Campeche – PACUCA é de 352 mil m². E o executivo municipal sabe disso. Ou seja, é errôneo afirmar que se conseguiu toda a área “da” PACUCA. Sendo assim, o que será feito da área remanescente? Teremos uma negociação futura para anexa-la e, finalmente, realizarmos o sonho de termos o nosso Parque? Ou a área estará reservada para futuros projetos imobiliários/especulativos? Devemos nos contentar com apenas 114 mil m²?

Depois dizem que a AMOCAM nunca está satisfeita como nada. E não estamos mesmo! Para quem dedicou a maior parte da sua história à defesa deste espaço como um bem comum, onde toda a comunidade local, moradores de outros bairros de Florianópolis e demais cidades vizinhas possam se encontrar e usar o espaço para o lazer em toda a sua integralidade, receber apenas um quinhão, após décadas de luta, é muito pouco! Além disso, permitir que se construa um projeto qualquer, sem conexão com toda a história do lugar, da área remanescente e todo o processo de defesa deste lugar, é um atentado contra a história de uma comunidade que sempre soube o que era seu por direito.

Devemos renegar esta concessão? De maneira alguma! Devemos receber com otimismo e como pagamento por tantas e tantas ações em prol do nosso sonho de construção do PACUCA. Porém, sempre lembrando que essa cessão é apenas uma pequena fração do que realmente temos direito. Devemos participar na construção deste projeto inicial, mas sem perder de vista o objetivo maior, que é anexar a área remanescente de 238 mil m², hoje sob custódia da Aeronáutica.


Queremos um Parque realmente do povo para o povo, da natureza para a natureza, sem distinções de qualquer espécie. Que seja um lugar em que toda a gente possa se sentir acolhida. Que possamos participar deste processo de construção coletiva e que não sejamos surpreendidos por um projeto pré-fabricado e que venha privilegiar somente uma pequena parcela da população. Queremos um projeto realmente comunitário e inclusivo, como sempre sonhamos e para o qual sempre lutamos.


PARABÉNS À NOSSA COMUNIDADE. Essa é uma vitória de toda a gente. Mas não esqueçam, sempre, de que nosso objetivo é bem maior do que isso. O CAMPECHE INTEIRO, NÃO CABE DE UM LADO SÓ DA CERCA. Isso já dizíamos em 2018. E repetiremos quantas vezes foram necessárias!


Seguimos!

Tecendo Redes tem nova identidade visual

O Tecendo Redes agora tem uma nova identidade visual! Agradecemos ao Coletivo Pintelute que elaborou as artes, que representam bem os ideais do nosso coletivo.

O Pintelute núcleo Florianópolis é um coletivo de muralismo militante que visa apoiar visualmente os movimentos populares e difundir ideias que combatem as opressões e estão comprometidas com a transformação social, reconhecendo o muralismo como elemento importante da cultura popular e da estética libertária latino-americana.

Mais sobre o Pintelute no site e instagram.