Relato dos Eventos Comemorativos à Passagem dos 20 anos de Luta pela UC na Planície do Pântano do Sul

Publicada originalmente no site do Ecolhar.

EVENTO 1 – NA PLANÍCIE, NA TARDE DO DIA 13/09/25

Tratou-se de uma curta caminhada do centrinho do bairro Pântano do Sul em direção ao campo de futebol da AMPSUL, localizado em frente à área pretendida para o parque natural. Ali o grupo presenciou várias falas de integrantes do Ecolhar que trataram sucintamente do histórico fundiário da região, referências geográficas, geomorfológicas, hídricas, sobre a fauna e flora, dentre outros dados.

Roda de conversa
Roda de conversa

Na ocasião também erguemos a faixa monstro, da dimensão de dois outdoors, com a expressão ‘ESSA NATUREZA É DO POVO’ e o sugestivo subtítulo ‘20 ANOS DE LUTA PELA UC’. Essa façanha só foi possível porque no dia ventava pouco, o que permitiu deixar a faixa em pé por algumas horas. O pessoal comemorou, e alguns presentes pela primeira vez na área, puderam perceber sua dimensão, importância ecológica e o papel de obstáculo à especulação imobiliária no distrito por via da proposta.

Faixão comemorativa de 20 anos de luta pela Unidade de Conservação
Faixão comemorativa de 20 anos de luta pela Unidade de Conservação

EVENTO 2 – NO AUDITÓRIO DA EBM DILMA LÚCIA DOS SANTOS, NA NOITE DO DIA 23/09/25

Agora, com a ‘faixa monstro’ (proporcional à nossa luta e resistência) estendida em pleno auditório e cobrindo toda sua parede lateral, bem como série de outras faixas e cartazes utilizadas em ações anteriores, comemoramos novamente a passagem dos 20 anos da campanha.

No auditório da Escola, cenário histórico das lutas do distrito
No auditório da Escola, cenário histórico das lutas do distrito

Desta vez com apresentações visuais do histórico da campanha e dos antecedentes, parte que relacionou os dez empreendimentos barrados na área da planície e outros dois fora dela, ao longo do período de 25 anos (desde a virada do milênio), o que foi qualificado como sendo uma ‘cultura de resistência à especulação imobiliária’ no distrito.

20 anos de resistência
20 anos de resistência

O público presente comemorou com ovação cada vez que se anunciava o empreendimento imobiliário que foi embargado judicial ou extrajudicialmente, configurando uma enorme e singular vitória para o distrito, em face do cenário trágico que emergiria caso esta resistência não tivesse acontecido.

Apresentação sobre a legislação ambiental brasileira e os retrocessos inconstitucionais do Plano Diretor
Apresentação sobre a legislação ambiental brasileira e os retrocessos inconstitucionais do Plano Diretor

Na segunda parte do evento foi apresentada a proposta ‘Distrito Parque’ do ECOLHAR, um contraponto ao que possivelmente virá logo mais por parte da Prefeitura. Trata-se de um arranjo singular de planejamento urbanístico adaptado especificamente ao distrito, respeitando suas características ecológicas e basicamente sua atual mancha urbana, que desconstrói o atual Plano Diretor sob o lema ‘BEM VIVER’. Esse conjunto aponta dezenas de propostas concretas para se chegar a esse desenho/desejo de ‘plano distrital’, nada fora do contexto ou impossível, e que retrata o acúmulo de discussões havidas no passado recente ao longo de três processos de revisão de PD’s (um distrital e dois municipais) ocorridos ao longo desse período.

Apresentação da proposta do Distrito Parque. Zé Capivara, presente!
Apresentação da proposta do Distrito Parque. Zé Capivara, presente!

O conteúdo destas apresentações visuais feitas na noitada do dia 23/09 está disponível na Biblioteca do Coletivo Ecolhar, em seu site.

Visitação de escolas no Goj Ta Sá fortalece a cultura indígena em Florianópolis

Release fornecido pela Assessoria de Imprensa Ecomonja Comunica 

As atividades foram construídas para articular educação, cultura, espiritualidade e sustentabilidade, a partir da vivência prática junto ao conhecimento ancestral dos povos originários. 

A Casa de Passagem Indígena e Ponto de Cultura Goj Ta Sá, no Saco dos Limões, recebeu na manhã desta quinta-feira (25) a visita dos primeiros grupos escolares que integram as atividades do projeto Fomento à Cultura Ancestral em Florianópolis. A programação contou com atividades culturais, rodas de conversa, mutirão na roça, práticas agroecológicas e momentos de partilha da alimentação tradicional Kaingang.

O grupo foi composto por 39 estudantes, sendo uma turma do 1º ano da Escola de Ensino Médio Vereador Oscar Manoel da Conceição (Rio Tavares), uma turma do Núcleo de Desenvolvimento Infantil – NDI/UFSC (Trindade) e duas alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC. Também participaram integrantes da rede Comunidades Agroecológicas e uma família residente da cidade. A visita foi acompanhada pelas professoras Camila Isabel Cáceres Penados, Natália de Oliveira de Lima, Rafael da Silva e Rayssa de Souza. 

A recepção começou com uma apresentação cultural realizada pelas crianças da comunidade. Em seguida, o Cacique Sadraque Lopes conduziu um acolhimento, onde  compartilhou a história de luta pela criação da Casa de Passagem e o processo de construção do Mini Museu Indígena – Cultura Viva Goj Ta Sá, que vem sendo desenvolvido coletivamente com lideranças Guarani e Laklãnõ/Xokleng e a equipe técnica do projeto.

Os estudantes também participaram de um mutirão de plantio na roça comunitária, seguido de um piquenique na agrofloresta. Na sequência, vivenciaram práticas de horta e compostagem, entendendo como a gestão de resíduos se conecta aos saberes indígenas de sustentabilidade. O encerramento da visita ocorreu na casa de reza, onde o grupo foi acolhido com uma refeição tradicional preparada pela comunidade.

O roteiro de atividades foi elaborado buscando transcender o conhecimento teórico, conectando vários aprendizados na prática, como expressão artística, formação crítica em relação às questões sociais e políticas indígenas, quebra de estereótipos, gestão de resíduos e educação ambiental.

O ciclo de visitas escolares seguirá até dezembro, com a expectativa de receber turmas de ensino fundamental e médio, aproximando estudantes da história e da cultura indígena no território urbano. A iniciativa busca fomentar o apoio a educadores sobre o ensino da cultura indigena no Brasil, com base nas determinações da Lei nº 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena em todas as escolas do ensino fundamental e médio, no setor público e privado.

Para integrar os grupos de visitação guiada no Goj Ta Sá, é necessário fazer agendamento pelo email gojtasacentrodeculturaindigena@gmail.com